domingo, outubro 03, 2004

A HISTÓRIA QUE UM DIA PODE SER REAL

Hoje enviaram-me uma história que a publico por me ter tocado muito.
Pois conheço uma historia real muito identica.
Só tenho pena de ainda não ter chegado o dia da formatura.
Mas espero que esse dia um dia se realize, e alguém sinta orgulho, porque sem se aperceber ter salvo uma vida.
""
Um dia, quando eu era caloiro na escola, vi um miúdo da minha turma a caminhar para casa depois da aula.
O nome dele era Kyle.
Parecia que estava a carregar os seus livros todos.
Eu pensei:
"Porque é que leva para casa todos os livros numa sexta-feira ?
Ele deve ser mesmo um marrão.
Como já tinha o meu fim-de-semana planeado (festas e um jogo de futebol com meus amigos no sábado á tarde) encolhi os ombros e segui o meu caminho.
Conforme ia caminhando, vi um grupo de miúdos a correr na direcção dele.
Eles atropelaram-no, arrancando-lhe todos os livros dos braços e empurraram-no, de tal forma que ele caiu no chão.
Os seus óculos voaram, e eu vi-os aterrarem na relva a alguns metros de onde ele estava.
Ele ergueu o rosto e eu vi uma terrível tristeza nos seus olhos.
O meu coração penalizou-se por ele.
Então, corri até ele enquanto ele gatinhava à procura dos óculos, e pude ver lágrimas nos seus olhos.
Enquanto lhe entregava os óculos, eu disse:
"Aqueles tipos são uns parvos. Eles deviam era arranjar uma vida própria".
Ele olhou para mim e disse:
-Ei, obrigado! Havia um grande sorriso na sua face.
Era um daqueles sorrisos que realmente mostram gratidão. Eu ajudei-o a apanhar os livros, e perguntei-lhe onde morava.
Por coincidência ele morava perto da minha casa, então eu perguntei como é que nunca o tinha visto antes.
Ele respondeu que antes frequentava uma escola particular.
Conversámos todo o caminho de volta para casa, e carreguei-lhe os livros.
Ele revelou-se um miúdo muito porreiro.
Perguntei-lhe se queria jogar futebol no Sábado comigo e com os meus amigos, ele disse que sim.
Ficamos juntos todo o fim-de-semana e quanto mais eu conhecia Kyle, mais gostava dele.
E os meus amigos pensavam da mesma forma.
Chegou a Segunda-Feira, e lá estava o Kyle com aquela quantidade imensa de livros
outra vez.
Parei-o e disse, "Diabos, pá, vais fazer o quê com os livros de novo?
Ele simplesmente riu e entregou-me metade dos livros.
Nos quatro anos seguintes Kyle e eu tornámo-nos melhores amigos.
Quando nos estávamos a formar começámos a pensar na faculdade. Kyle decidiu ir para
Georgetown, e eu ia para a Duke.
Eu sabia que seríamos sempre amigos, que a distância nunca seria um problema.
Ele seria médico, e eu ia tentar uma bolsa escolar na equipa de futebol.
Kyle era o orador oficial da nossa turma.
Eu provocava-o o tempo todo por ele ser um C. D. F.
Ele teve que preparar um discurso de formatura.
Eu estava super contente por não ser eu a subir ao palanque e discursar.
No dia da Formatura eu vi Kyle. Ele estava óptimo.
Era um daqueles tipos que se encontram durante a escola.
Ele estava mais encorpado e realmente tinha uma boa aparência, mesmo usando óculos. Ele saía com mais miúdas do que eu, e todas as raparigas o adoravam!
Às vezes eu até ficava com inveja. Hoje era um desses dias.
Eu podia ver o quanto ele estava nervoso por causa do discurso.
Então dei-lhe uma palmadinha nas costas e disse:
-Ei, rapaz, vais-te sair bem!
Ele olhou para mim com aquele olhar (aquele olhar de gratidão) e sorriu.
-Valeu, disse ele.
Quando ele subiu ao oratório, limpou a garganta e começou o discurso:
"A Formatura é uma época para agradecermos aqueles que nos ajudaram durante estes anos duros.
Aos pais, aos professores, aos irmãos, talvez até a um treinador.
Mas principalmente aos amigos.
Eu estou aqui para lhes dizer ser um amigo para alguém é o melhor e que se pode dar.
Eu vou-lhes contar uma história.
Eu olhei para o meu amigo sem conseguir acreditar enquanto ele contava a história sobre o primeiro dia em que nos conhecemos.
Ele tinha planeado suicidar-se naquele fim-de-semana.
Contou a todos como tinha esvaziado o seu armário na escola, para que a mãe não
tivesse que fazer isso depois de ele morrer, e estava a levar as suas coisas todas para casa.
Ele olhou directamente no meus olhos e deu-me um pequeno sorriso.
"Felizmente eu fui salvo. O meu amigo salvou-me de fazer algo inominável".
Eu observava, com um nó na garganta, todos na plateia, enquanto aquele rapaz popular e bonito contava a todos sobre aquele seu momento de fraqueza.
E vi a mãe e o pai dele a olharem para mim e a sorrir com aquela mesma gratidão.
Até aquele momento eu nunca me tinha apercebido da profundidade do sorriso que ele dirigiu naquele dia.
Nunca subestimes o poder das tuas acções.
Com um pequeno gesto podes mudar a vida de uma pessoa.
Para melhor ou para pior.
Deus coloca-nos a todos nas vidas uns dos outros para que tenhamos um impacto um sobre o outro de alguma forma.

1 comentário:

Carriço disse...

Já conhecia essa história, que sabe sempre bem reler!
Nem importa se é real, se é fictícia... importa reter a mensagem e reparar que um pequeno gesto pode significar MUITO!

Foi bom encontrar este texto de novo... já que o havia lido faz muito tempo. Vou arquivar! :)

Saudações,
Carriço - Fragmagens