"Janela da Vida"
Para ver quanta fé perdida
E quanta miséria sem par
Há neste orbe, atroz ruim
Pus-me à janela
P'lo vasto Mundo sem fim.
Vi dar aos ladrões valores
E sentimentos perdidos
Nas que passam por honradas
Vi cinismos esquecidos
E vaidades medalhadas
Vi no torpor mais imundo
Profundas creças caindo
E maldições ascendendo
Tudo vi neste Mundo
Vi miseráveis subindo
Homens honrados descendo
Esse é rico, e não tem filhos
Que os filhos não dão prazer
Acerta gente de bem
Aquele tem duros trilhos
Mas é capaz de morrer
p'los filhinhos que tem
Esta é rica em frases ledas
Diz-se a mais casta donzela
Mas a honra onde ela vai
Aquela não veste sedas
Mas os garotitos dela
São filhos do mesmo pai
Por isso afirmo com ciso
Que p´ra na vida ter sorte
Não basta a fé decidida
P´ra ser feliz é preciso
Ser canalha até à morte
Ou não pensar mais na vida.
Letra de : Carlos Conde
Música: Marcha de Alfredo Marceneiro
Do livro: Alfredo Marceneiro
Os Fados que ele Cantou
Autor: Vitor Marceneiro
domingo, junho 27, 2004
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário