domingo, maio 09, 2004

Alargar a Escolaridade Obrigatória É "Reelitizar" o Ensino

Só um recadinho a quem de direito



Li este artigo no jornal o PÙBLICO e lembrei-me do muito que se fala no abandono escolar:
Nâo concordo com:
"aumenta a escolaridade obrigatória para 12 anos e diminui o ensino básico para seis"

Concordava sim com:
1º Escolaridade obrigatória de 9 anos, do seguinte modo:

a) Quem quer seguir via ensino para o ensino superior, faz o trajecto actual, mas com um ensino melhor que o sistema em vigor.

b) Quem não quer seguir via ensino ao 7º ano segue para escolas profissionalizadas, á muitas profissões técnicas com muita falta de técnicos neste país, assim:
1- Profissões que basta ficar com o 9ºano
2- Profissões que basta ficar com o 12ºano




Artigo do Jornal "O PÙBLICO"


Alargar a Escolaridade Obrigatória É "Reelitizar" o Ensino
Por LILIANA CARVALHO
Sexta-feira, 07 de Maio de 2004


"A proposta de lei de bases faz uma coisa: aumenta a escolaridade obrigatória para 12 anos e diminui o ensino básico para seis, o que é uma forma de reelitizar a escola". A opinião foi proferida ontem por Almerindo Janela Afonso, professor da Universidade do Minho e vice-presidente do Instituto de Educação e Psicologia, no contexto de um seminário internacional do Sindicato de Professores da Zona Norte (SPZN).

Para além de defender que esta medida "cria um fosso entre o básico e o secundário", Almerindo Janela Afonso afirma não existir uma "correlação positiva entre aumento da escolaridade e inserção no mercado de trabalho".

Em relação ao alargamento da escolaridade, que na sua opinião adia a saída do aluno para o mercado de trabalho, o docente acredita que se recorre à escola para resolver um problema que é económico.

"Os licenciados estão menos empregados que os outros", considera Janela Afonso, que fala numa "distorção" pelo facto de os postos ocupados pelos licenciados serem sobretudo os destinados aos detentores de menos habilitações, desempregando assim "os que tinham expectativas de percursos escolares mais curtos".

"Não concordo com o abandono escolar, mas não é reduzindo a escolaridade obrigatória que se vai solucionar", defendeu ainda o docente. Ao considerar que "todos os alunos normais têm que ter um mínimo cultural comum", diz não aceitar "que se arranje um mínimo abaixo do mínimo".

"Reprovação ou passagem automática?", questiona Janela Afonso, para logo de seguida responder "reprovação", pois se por um lado esta permite a visualização do "problema do insucesso escolar", por outro a passagem automática é, na sua perspectiva, a "forma mais discriminatória que existiu até hoje".

Neste seminário subordinado ao tema "O professor, a profissão e a identidade profissional", Janela Afonso defendeu ainda que o docente deve ser sobretudo um "profissional" com "competências complexas".

Na sua perspectiva, deve haver um "repensar da autonomia da actividade profissional" porque a inexistência de autonomia "leva à 'neo-taylorização' do trabalho do professor". "As políticas actuais falam de autonomia, mas essa autonomia é uma forma de controlo remoto", afirmou, considerando que "o Estado passa responsabilidades para a escola mas não passa poderes".

O seminário do SPZN, que está associado ao Didáctica 2004 - 9º Salão de Produtos e Serviços para Educação e Ensino, termina hoje na Exponor.

Sem comentários: