domingo, maio 09, 2004

Portugal Vai Criar Novos Materiais a Partir do Lixo

SÒ um recadinho a quem de direito

Concordo com a reciclagem,mas:
1º-Há poucos contentores.
2º-Parece que são poucas vezes despejados, pois estão sempre atulhados.
3º-Estão sempre longe das nossas casas.
4º-Há pouca informação.



Artigo do jornal " O PÙBLICO "
Portugal Vai Criar Novos Materiais a Partir do Lixo
Por ANA FERNANDES
Sexta-feira, 07 de Maio de 2004

Um vulgar pacote de leite pode vir a fazer parte do mobiliário ou mesmo da casa. Não se trata de arte moderna, mas sim de um novo projecto de reciclagem que pretende utilizar lixo para criar novas matérias-primas a serem usadas na construção civil, no mobiliário ou nas estradas.

Segundo um protocolo ontem assinado entre várias instituições, vão ser preparadas duas candidaturas para apresentar no início de Outubro ao Programa comunitário Life-Ambiente, para financiamento de projectos de criação de novos materiais a partir da reciclagem de embalagens de cartão para alimentos líquidos e restos de cortiça, num caso; e de resíduos de embalagens de cartão, borracha e plástico, noutro.

O grande objectivo destes projectos é, sobretudo, demonstrar ao consumidor que o esforço que faz para separar os resíduos e para os depositar nos locais correctos é compensado através da efectiva reciclagem dos materiais, explicou ao PÚBLICO João Pedro Rodrigues, assessor do secretário de Estado do Ambiente. Por esta razão, além das empresas municipais responsáveis pela recolha e triagem dos resíduos, fazem também parte deste projecto as ecolojas, uma rede de estabelecimentos do comércio tradicional que aderiram ao programa da DecoEco (uma entidade participada pela Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor - DECO) e que recebem embalagens vazias.

Assim, uma parceria entre o Instituto de Resíduos, a Deco e a DecoEco, o Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação (INETI), a Sociedade Ponto Verde e duas empresas municipais de recolha e tratamento de resíduos - a Amarsul e a Valorsul -, comum aos dois projectos, vai lançar as bases de uma investigação para o fabrico de novos produtos a partir dos restos do dia-a-dia dos portugueses.

Para o aproveitamento dos resíduos de embalagens de cartão e de restos de cortiça - que darão origem a um novo material a integrar no sector da construção civil e do mobiliário como pavimentos, divisórias, entre outros fins - são também parceiros a Tetrapak e a Sociedade Nacional Corticeira. No caso da transformação do lixo proveniente das embalagens de cartão e restos de borracha e plástico em materiais que podem ser usados no sector rodoviário, participam a Associação dos Fabricantes de Embalagens de Cartão para Alimentos Líquidos, a Plastval-Valorização de Resíduos Plásticos, a Valorpneu - Sociedade de Gestão de Pneus, a Tratolixo e a Recicom, que faz a recolha de resíduos junto das indústrias.

O material obtido a partir da transformação dos lixos de borracha, plástico e cartão poderá servir para "a sinalética rodoviária, os 'rails' de protecção, lombas, bandas sonoras, etc", explica João Pedro Rodrigues.

Segundo a Secretaria de Estado do Ambiente, "os projectos contemplam acções que vão desde a área científica até à definição da estratégia de marketing, passando por estudos de viabilidade económica, de avaliação ambiental, de comunicação aos consumidores, culminando na produção industrial dos novos produtos".

Como fim último, esta iniciativa pretende criar "condições para que surja nos investidores portugueses a apetência para investir nesta família de produtos como Marca Portuguesa, com tecnologia de ponta, que lhes permita posteriormente, para além da produção e do 'know-how' produtivo, exportar produtos e tecnologia", acrescenta o assessor.

A lista de ecolojas está disponível na Internet (www.decoeco.pt.).

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